segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Entrevista MV Bill



A Tríade - A sigla “MV” significa mensageiro da verdade, qual a importância da mensagem que você propaga através da música?
MV Bill - Pô, é uma pergunta difícil porque é de auto-avaliação e é muito difícil se auto avaliar, mas a medida que eu vou tendo contato com a experiência, com o que minha obra, seja ela literária, audiovisual ou musical vai causando nas pessoas, eu passo a ter mais uma noção de alcance, porque a gente tem um histórico também.

A Tríade - E qual avaliação você faz em relação a visibilidade do que você procura passar em suas mensagens?
MV Bill - Tipo, é como se a cada contato eu fosse tendo uma noção do que eu sou, porque a gente ainda tem uma noção de mídia, se não está na mídia, a gente não está alcançando nossos objetivos, mas ou menos assim. Enquanto eu não tenho um contato com as coisas que acontecem atualmente, que é sem dúvidas ganhar visibilidade, né? Isso é claro quando eu chego nos lugares, me faz ter uma autocrítica, porque eu não estou mas falando só para o meu grupo de pessoas, eu chego em outros lugares e passo minha mensagem para um um número maior de pessoas.

A Tríade - O que você acha da produção “Tropa de Elite” em pleno caos na segurança pública e guerras nas favelas brasileiras?
MV Bill - Eu acho que o filme (Tropa de Elite) é verdadeiro, o livro (Elite da Tropa) é muito mais pesado que o filme e a realidade é muito mais pesada que os dois. O erro para mim está em dizer que se trata de uma ficção porque não é, ali é a mais pura realidade, mas é um filme provocador porque mexe com os sentimentos de todos.

A Tríade - Qual a sua opinião em relação à opinião da sociedade sobre a atuação do BOPE? Às pessoas cultuarem os personagens e enxergá-los como heróis?
MV Bill - Quando o povo pede um Capitão Nascimento é porque eles sentem aquilo de verdade. O real sentimento que eles (BOPE) tem pela gente da favela é o extermínio total, porque já é tratado dessa forma, a favela é banalizada . Agora, na minha opinião, se a polícia que a gente precisa para o Brasil for o Capitão Nascimento, nosso país já acabou. A sociedade descansa o peso de sua consciência nas costas do Capitão Nascimento porque é mais fácil dizer que ele é a figura, personagem, mas eles (BOPE) só querem estar reproduzindo a vontade de alguém, é isso que o BOPE transmite.

Entrevista realizada no evento sobre Direitos Humanos, 09/12/2007, Farol da Barra - Salvador/Bahia

4 comentários:

Carlos Macêdo disse...

Entrevista legal! Um universo que poucas pessoas conhecem realmente!

^^

Mitch Souza disse...

Realmente ele é um cara consciente de onde ele veio e o que ele pode fazer pra "mudar" o mundo. Fazer a parte dele.

Unknown disse...

Gostei muito do blog de vcs e adorei essa entrevista!!! Bastante interessante e enriquecedora em termos de conheccimento urbano social.

CANALSOLTAOVERBO disse...

Meninas lindas do meu coração:
Adorei o blog de vocês!!! Tá muito bacana!!!!
Essa entrevista com o Bill está massa! "Entrevista com o Bill?... hum... Cês são chics, bens!!!rsrsrsrsrs"
Não parem não, ladys, para vocês o céu é o limite.
Beijos e amo vocês!!!

PS: Só teve uma coisa que eu não gostei muito... aquelas fotos com os rostos de vocês... achei qe ficou meio estranha, grave de mais, só aquelas três cabeças lá, tipo voando, soltas no alto da página, parece até aquelas fotos antigas, tipo foto do tataravô, rsrsrsrsrsrsrs.

Beijos e continuarei acompanhando.